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Nefomancia - Olhando através das Nuvens

Sair para um parque, fazer um piquenique com os amigos ou com quem você gosta, e logo depois deitar na grama e ficar olhando as nuvens no céu, quem nunca fez isso? Se você ainda não fez, está perdendo um momento incrível, um momento de calma, de reflexão e que as vezes dá um soninho também. Tolo aquele que acha que ficar olhando as nuvens no céu, ficar identificando formas, dentre outras coisas, é uma mera brincadeira ou algo parecido.

A arte relaxante de admirar as nuvens e ver figuras nela de chama Nefomancia, é uma prática muito antiga e faz parte da Aeromancia. Derivado de nephele (nuvem) e manteia (divinação), é a arte e a prática de adivinhar o passado, o presente e o futuro através das nuvens. As previsões eram observando as cores, formatos e posições das nuvens.

 

Nuvens e a História


Desde os tempos antigos, o homem tem observado os céus no intuito de receber sinais de divindades e presságios das coisas que viriam. As pessoas acreditavam que as nuvens, com sua misteriosa forma e sempre em mudança, eram mensagens enviadas pelos deuses, em algumas culturas as próprias nuvens eram consideradas entidades divinas do céu. Orações, libações e oferendas eram feitas em tempos de grandes tempestades na esperança de que as nuvens se acalmassem, ou quem as comandava, os deuses dos céus, como o deus grego Zeus por exemplo, senhor dos céus e rei dos deuses. Quando uma tempestade muito forte acontecia, acreditavam que um deus dos céus estava irado. No entanto, as mesmas nuvens também poderiam guiar o homem primitivo, transmitindo mensagens simbólicas.

A Festa dos Deuses por Cornelis Van Poelenburgh (1594-1667, Netherlands)

Anthusa, a Nefomante


Ha um homem conhecido como o último dos neoplatônicos existentes, chamado Damascius, ele diz que durante o reinado do Imperador Leão I, O Trácio (401 - 474), houve uma nefomante muito famosa chamada Anthusa, que viveu no Império.


"Portanto, nos dias de Leão, encontra-se uma mulher que não conhecia nem pelo sentido da audição nem pelas práticas antigas a arte da adivinhação pelas nuvens.A mulher veio de Aigai, na Cilícia, da família dos Orestiadai, que moram na montanha de Komana, na Capadócia.Sua família voltou ao Peloponeso. Ela pensou em um homem encarregado de um comando militar que foi enviado com outros para a guerra contra os vândalos na Sicília.Ela rezou para prever o futuro sonhando e rezou de frente para o sol nascente.Seu pai prescreveu e ordenou que ela sonhasse em orar em direção ao oeste.Quando ela rezou, uma nuvem do alto ergueu-se ao redor do sol, aumentou e tomou a forma de um homem.Outra nuvem se soltou e ficou do mesmo tamanho e assumiu a forma de um leão selvagem.Entrou em uma grande raiva e,tendo feito um grande abismo, o leão engoliu o homem.A forma humana, feita de nuvens, era como um gótico.Um pouco mais sobre as aparições; Então o imperador Leão matou Aspar, o hegemon dos godos (em Constantinopla) e seus filhos.Desde então, Anthusa continuou até agora sem interrupção, a praticar o costume da predição mantica através das nuvens."


A origem helênica da família de Anthusa também fala por uma origem de culto. A visão onírica de seu pai sugere tradições familiares que, presumivelmente ou ostensivamente, não retornam aos colonos do Peloponeso que migraram para as fronteiras da Armênia e da Capadócia nos tempos helenísticos. Assim, seu pai pode tê-la instruído nas técnicas de adivinhação das nuvens no início da juventude, que voltaram a ela como um dom da mente inconsciente em seu sonho. A divinação das nuvens sobreviveu na cultura cristã grega até a época do canonista Balsamon no século XII.


As Nuvens e os Celtas

Os druidas celtas faziam uso extensivo da nefomancia, que eles chamavam de neladoracht, eles às vezes praticavam uma forma de nefomancia que estava intimamente relacionada à hidromancia e ao vidente. Depois de encontrar uma pedra escavada ou outra depressão que estava cheia de água da chuva, os druidas estudavam as formações de nuvens refletidas na superfície da água.


O Exercito de Constantino


Ao longo da história, símbolos de importância política ou religiosa foram vistos nas nuvens. Em 312 dC, quando o imperador Constantino marchava contra o exército de Maxêncio em Roma, ele e todo o seu exército viram uma brilhante cruz de luz entre as nuvens.Dizia-se que a cruz continha as palavras gregas "By This Conquer". Mais tarde naquela noite, Cristo apareceu para Constantino em seus sonhos com uma cruz na mão ordenando que Constantino fizesse um padrão militar feito na mesma imagem, uma cruz. Sob esse padrão, seu exército em menor número era vitorioso.

A Batalha de Constantino

 

A Prática da Nefomancia


A nephomancia geralmente é realizada nos dias em que as condições das nuvens são boas, quando vamos fazer um picnic mesmo em um parque ou estamos em uma praça em um dia ensolarado. Encontre um local agradável para se deitar e apenas relaxar, ou ficar sentado, o importante é que tenha concentração apenas nisso.Tente não se concentrar em nenhuma nuvem, mas permita que as nuvens passem pela sua vista. As visões não podem ser forçadas; elas virão naturalmente quando for a hora certa, e quando essa hora chegar.

Feche os olhos, relaxe e pense em uma pergunta em específico, se você quiser pode deitar ou ficar sentado. Quando estiver pronto para a resposta, abra os olhos e a nuvem que te chamar atenção será a resposta, seja pelo formato ou pela cor. E por falar em cor, para perguntas de Sim e Não, quando a nuvem que você está olhando estiver clara, a resposta é sim, quando estiver escura a resposta é não, se estiver os dois, pode ser um talvez.

Caso não se sinta seguro, pode pedir ajuda para alguma deidade ou entidade que tenha relação com divinação para poder te ajudar, ou a Nephele, a ninfa das Nuvens, ela com certeza pode ajudar.


Os nefomantes modernos observam as formas sempre mutáveis ​​das formações de nuvens como uma forma de meditação, se você também faz isso, você também pode ser um nefomante.

Quem diria que algo tão simples como as nuvens, teriam histórias tão legais e um mistério por trás.


 

Com Base em:

Livro: Hellenic Religion and Christianization: C. 370 - 529


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