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Díades e Dualidades

A dualidade é um conceito fundamental aos humanos. Como somos criaturas simétricas, com duas mãos, dois olhos e duas orelhas, tendemos a encarar tudo em termos de "ou isso ou aquilo", "este ou aquele...". Assim, a dualidade torna-se a primeira forma de classificação, já que colocamos tudo em uma categoria ou na outra.

O símbolo mais perfeito para expressar esse conceito é o familiar Yin-Yang Taoísta.

Como somos animais como reprodução sexuada, nós, humanos, também nos dividimos em duas categorias por gênero: fêmea e macho. Por isso, é natural pensar que o mundo é cheio de coisas de dois tipos que recaem nessas categorias. Muitas línguas como o Latim, o Espanhol, o Português, o Francês, o Italiano e o Alemão não têm um pronome neutro para as coisas que se referem a elas como "ele" ou "ela".

 

Dualidade e os Antigos


Quando os antigos imaginavam suas divindades para explicar o mundo, naturalmente te concebiam tanto deuses quanto deusas, atribuindo princípios de gênero às diversas qualidades e atividades que muitas vezes persistem entre nós (por exemplo, a agressão movida a testosterona como "masculina" ou a compaixão movida a estrogênio como "feminina").


Símbolo Taoísta Yin-Yang

Os taoístas consideravam Yin o princípio feminino e Yang, o princípio masculino, e acreditavam que tudo pendia para um lado ou para o outro, mas não deixava de conter elementos de ambos (por isso o ponto preto dentro da área branca do Yin-Yang e vice-versa). Isso é chamado de polaridade: a ideia de que tudo no mundo existe em algum lugar de um espectro entre dois polos (certo e errado, masculino e feminino, claro e escuro, frio e quente, etc.) Esse é um modo mais útil e exato de encarar o mundo do que a dualidade, que divide tudo nitidamente entre branco e preto ("É bom ou é ruim, e não pode ser nada no meio").


Muitas cosmologias incluem uma noção dualista de opostos arquetípicos em mitos que descrevem os primeiros deuses como gêmeos. Na história assíria da criação, o primeiro casal, An (Céu) e Ki (Terra) nasceu de Tiamet (a Grande Mãe-Serpente do Caos e das Águas Primordiais). Essa dualidade foi continuada no nome de seus netos: Anshar ("Totalidade dos Elementos superiores") e Kishar ("Totalidade dos Elementos Inferiores").

Os Vedas hindus descrevem Atman e Brahman, sendo o primeiro imanente (interior) e o segundo transcendente (exterior).

 

Dualidade na Wicca

Ilustração o Deus e a Deusa da Wicca

Na Wicca, a bruxaria moderna, a dualidade é muito importante, pois em sua crença, o movimento da natureza se baseia na história de relação entre a Grande Mãe e o Deus Sol. Eles são o equilíbrio da vida e dentro de nós, eles são os opostos que se complementam e nos ajudam em nosso caminho. A Wicca enxerga a natureza de forma dual, tudo possui seu oposto assim como a Deusa e o Deus: dia e noite, céu e terra, luz e sombra, vida e morte, masculino e feminino.

A Grande Deusa é relacionada aos mistérios noturnos e à noite, a lua e as estrelas, as sombras, a intuição, a emoção, a magia e etc.




O Deus Sol, ou Deus Cornífero, é relacionado ao dia, à virilidade, à força, à natureza, aos seres mágicos, espíritos da floresta e animais, é ligado às estações do ano, à luz, a vitalidade e etc.

Um não existe sem o outro, para os Wiccanos eles são responsáveis pela fecundidade da Terra e o passar das estações do ano e cada estação é celebrada junto aos Deuses, além dos ciclos da vida.

 

Dualidade Bem e Mal


Ilustração de Hades e Perséfone

Como uma das principais dualidades são o Bem e o Mal, é muito fácil aplicar esses valores correspondentes a qualquer coisa que pusermos em lados opostos. Esse tipo de pensamento já causou muita tristeza no mundo, pois as pessoas inevitavelmente dizem que estão do lado do Bem e, portanto, qualquer coisa ou qualquer um que pensem estar do "outro lado" é automaticamente classificado como Mal. O mundo, na verdade, não é uma divisão estática entre Bem e Mal; há infinitas gamas de cinza em tudo. Esse é um conhecimento essencial para uma bruxa: permite ver os outros com compaixão e compreender que mesmo aqueles que dizem estar do lado da justiça inevitavelmente trazem dentro de si um pouco daquilo contra o que dizem. Se todo mundo compreendesse isso, seria impossível que os zelotes e demagogos chegassem ao poder. Uma razão importante para desenvolver as seguintes categorizações de múltiplas correspondências é nos capacitar a ver além do dualismo e enxergar a diversidade.


 

Com base em:

Livro: Grimorio para o Aprendiz de Feiticeiro - Oberon Zell-Ravenheart


Tags: #Wicca


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