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Alfabeto Tebano

Até hoje ninguém sabe ao certo onde ou quando esse misterioso alfabeto surgiu, há apenas teorias, ela foi publicada pela primeira vez na obra Polygraphia de Johannes Trithemius em 1518, e foi atribuída a Honorius de Thebas, um mago muito famoso na Idade Média que vivia em Tebas, na Grécia, alguns acreditam que ele tenha realmente existido e escrito o livro ocultista "O Tratado de Honório", mesmo que o primeiro manuscrito desse livro só tenha sido escrito no ano de 1629 d.C. Outros acham que nunca existiu, assim como Morgan Le Fay e Aradia. Há quem ache que ele foi Papa Honório I ou II.


Pintura de Pietro d'Abano

Já seu discipulo, Heinrich Corneliu Agrippa, ou apenas Agrippa, muito conhecido entre os praticantes de Alta Magia e autor de vários livros de magia cerimonial e natural, atribuiu a criação do alfabeto a Pietro d'Abano, em sua obra muito popular "Três Livros de Filosofia Oculta", Pietro foi um médico, astrónomo e filósofo italiano que foi acusado de bruxaria perante a Inquisição e absolvido em 1306. Acusado de novo em 1315, e morreu durante a instrução do seu processo.




O alfabeto também é conhecido como alfabeto de Honorian ou runas de Honorian, porém não há evidência histórica de que este tenha sido utilizado como runa, até agora. Ele não possui semelhança com praticamente nenhum outro alfabeto, fazendo-o único e mágico, e não foi encontrado em nenhum local ou livro antes da obra de Trithemius.


"Em comparação ao Latim Arcaico, o Theban, possui uma relação “letra à letra”, perdendo algumas dessas correspondências somente com o Latim moderno, onde as letras J, U e W não possuem representação e são escritos com os mesmos caracteres para I, V e VV consecutivamente. Ao que tudo indica o Theban não possui nenhuma pontuação além de um caractere que representa o fim de um texto, quase que equivalente a um ponto final. Nenhuma outra pontuação aparece nos textos de Trithemius ou nos de Agrippa e os posteriores a esses. Logo, ao escrever com o alfabeto Theban podemos utilizar nossa pontuação latina ou inventar caracteres equivalentes. As correspondências com o Latim Arcaico e a falta de pontuações sugerem que tal alfabeto foi inspirado no Latim e no Hebraico."

(Parte retirada de: http://www.oldreligion.com.br)

 

Utilização


O alfabeto foi usado por muitos praticantes de bruxaria e wiccanos no decorrer da história, como um meio de comunicação através de cartas e bilhetes, e também esconder seus registros e manuscritos, seja escritos em pergaminhos ou grimórios, para que nenhum leigo pudesse ler, a partir daí o Alfabeto Thebano passou a ser chamado de "O alfabeto das Bruxas". Esse alfabeto é usado para substituir as letras latinas, as que sempre usamos, não importa a lingua (a não ser as linguas onde se usam letras diferentes, como coreano, japones, árabe, etc...)


Com o tempo, alguns praticantes de magia começaram a usar essas letras como runas, atribuindo significados a cada uma delas e as usando para feitiços e rituais. Há muitos sigílos e pantáculos se utilizando dessas letras, e também muitos amuletos.


 

Um mal entendido?


De acordo com o Prof. Ronald Hutton, escrevendo em seu livro "Triunfo da Lua", Doreen Valiente, autora também muito popular entre os praticantes de bruxaria, descreveu Gardner (fundador da Wicca) usando seu anel de prata com seu nome OTO (Ordo Templi Orientis, organização ocultista na qual ele foi iniciado) gravado nele em "escrita tebanica" (ou "Theban Script").


O termo "Theban Script" nos apresenta outra hipótese interessante que pode indicar que seu uso na Wicca hoje poderia estar relacionado a um possível mal-entendido. Todos sabemos que a tradição wiccaniana extraiu alguns ensinamentos e inspiração da Ordem Hermética da Golden Dawn, tanto que a maioria dos instrumentos ritualísticos utilizados lá também são utilizados na Wicca, mas o que é menos conhecido é que o Alfabeto Enoquiano que é usado nesse sistema também é conhecido como Alfabeto Tebano (de acordo com livros). Levando isso em consideração, deixa em aberto a questão de saber se houve algum mal-entendido em algum lugar que possa ter levado à adoção do alfabeto tebano como "o alfabeto das bruxas" em vez do alfabeto enoquiano.

 

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